Prosa

“Riverside” de Aléxia Lopes

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Fonte da imagem: Unknown

Sente o teu buraco, massiva pedra que o cavou, tão grande e mofina como a minha alma. As avenidas mancham-se com as nossas desculpas, recusas e justificações. Ostensível.

Imaculada infelicidade, de tronos vazios e sabores únicos respeita o infurtunio, critica o louco. Maculado coração, de ódio e terror cheio, não tem espaço para mais um perdão. Imaculada verdade, de panos brancos trajada, que de fios de prata pende.

Noite escura, rua vazia. Manchei as avenidas com a minha tristeza, a tua desculpa e as nossas quietudes.

Choras dias a fio, morro todas as noites, nestas avenidas desertas de pessoas. Com mentes esconsas por de trás de negros panos quentes.

Figuras pintadas de negrume se avistam. Trajados de morte me espantam, que açoitados em praça publica ninguém os alcança. Logram com nossa infelicidade, nosso desejo e nossa herança.

Tumultuosa vida de terror, sonolenta verdade interior. Rebaixa-te aos modestos, eleva-te aos tolos. Que sozinhos nas ruas quentes, caminham entre fracos e valentes.

Foi assim que nos vimos, foi assim que nos sentimos. Um brisa de verão, um calor no coração, teus olhos escuros, minha boca rosada. Num encontro desleixado, cheio de timidez. Uma vez na rotina, os passados esquecemos. Caminhamos lado a lado, pelo sol da manhã.

Dormente alma, coração vazio. As tuas preces não ouvi, os teus queixumes esqueci. Imaculada verdade, que nunca enganou. Tamanha farsa que o meu ser acreditou.

Autoria de Aléxia Lopes

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